No dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero publicou as teses iniciais do que se tornaria historicamente o movimento cristão da Reforma Protestante. Junto de Lutero, igualmente Melanchton, Zuínglio, Ecolampádio, Bucer e Calvino desenvolveram as doutrinas que se tornariam o fundamento teológico do retorno do Cristianismo à Bíblia e a Jesus, o Cristo. Foi um momento maravilhoso da História!
Desde o tema mor da Reforma - a Justificação pela Fé em Jesus para a Salvação dos crentes, os teólogos do movimento buscaram ensinar a verdade e propósito de Deus Pai para os "novos" cristãos e igrejas, no interesse de solidificar a redescoberta da Fé Cristã e igualmente sua vivência e anúncio ao mundo.
Desde o tema da Justificação pela fé e o critério desta - a Bíblia, desenvolvendo a Oração e ainda a Pessoa de Deus: Amoroso, Trino, Santo, Onipotente, Providente e Vitorioso, meditando também acerca da Igreja de Jesus e dos Meios da Graça; os teólogos da Reforma não deixaram de anunciar o pensamento de Deus para qualquer tema ou questão que diante de seus olhos se punha. Ensinaram ao mundo tudo que Deus revela acerca de tudo que os homens vivem, e cobravam-se o desafio constante de manterem-se fiéis ao ensino inspirado das Escrituras. Ainda que certas divergências de pensamento os acompanham-se.
O tema da autoridade da Igreja, por exemplo, obtinha tanto a visão de Lutero de existir em mãos dos chefes da igreja; quanto, também, recebia de Calvino e Bucer a perspectiva do sacerdócio universal que gera líderes democraticamente instalados. Trata-se da autoridade administrativa da Igreja, e, especificamente, uma autoridade limitada. Pois enquanto esta autoridade administrativa eclesial é uma liderança representativa dos desígnios de Deus, seja pelas mãos de teólogos, chefes de Estado ou crentes comuns, jamais foi esta autoridade pensada absolutamente - a Autoridade final e maior, única, deve ser a Palavra de Deus. Ponto.
Especialmente, próximos de celebrar os 500 (quinhentos) anos da Reforma, cabe lembrar e anunciar os valores teológicos comuns aos Reformadores, posto que evidenciam a base de uma Igreja evangélica que tanto agrada a Deus quanto igualmente se faz eficaz no evangelismo de Jesus. Para os Reformadores, a Igreja verdadeira é a Igreja Invisível de Jesus, que se infla pelo mundo a partir do testemunho da Palavra - jamais é a igreja limitada fisicamente por nossa visível administração denominacional.
Esta Igreja verdadeira é aquela gerada pelo Espírito, que confirma no interior das almas humanas o testemunho salvador do evangelho de Jesus. Consequente a estes fundamentos, os Reformadores uniram o testemunho dos crentes e o Ensino da Bíblia - Ministério da Palavra, a fim de preservar a Fé e resguardar real unidade ao Corpo de Cristo, a Igreja. Finalizando esta perspectiva una, temos o Amor e o Serviço ao próximo enquanto valor cristão básico, que deve gerar em todo cristão o desafio de uma atuação genérica em todo o mundo - a partir do ensino de Deus. Seja na família ou trabalho, cidadania social ou política, e ainda na comunidade religiosa, a Igreja e os cristãos existem para servir.
Que estes excelentes valores bíblicos de unidade e serviço da verdadeira Igreja de Cristo, que um dia se tornaram valor comum aos excepcionais teólogos da Reforma, tornem-se também aos cristãos deste século iniciante, valores honrados de uma igual vivência evangélica. Que assim façamos, tanto em respeito aos Reformadores, mas, especialmente, em adoração e serviço a Deus - Pai, Filho e Espírito Santo. Feliz celebração da Reforma Protestante neste 31 de Outubro.
(fonte: Strohl, Henri - Pensamento da Reforma, Aste)
sábado, 20 de outubro de 2012
Reforma Protestante - Doutrinas comuns
domingo, 7 de outubro de 2012
História e Eclesiologia - Reformar é necessário!
Outubro é o mês da Reforma Protestante. Todos os cristãos
evangélicos e suas denominações encontram origens ou influências fundamentais
de sua organização neste movimento do Cristianismo. No dia 31 de outubro de
1517 o monge católico Martinho Lutero apresentou à aldeia alemã de Wittenberg suas
noventa e cinco (95) teses, contrárias às indulgências que a Igreja Católica
ministrava, e vendia, prometendo perdão de pecados e terrenos no Céu. A Igreja
Católica Romana não aceitou as considerações do teólogo e houve necessidade do
surgimento de nova igreja que, na Alemanha, assumiu-se como igreja Luterana.
Na
vizinha Suiça e a partir da liderança de Úlrico Zuínglio moveu-se a partir da
cidade de Zurique o desenvolvimento do que ficou conhecido como Segunda
Reforma, cujo propósito avançou os ideais inicias luteranos de uma reforma parcial
para o princípio que determinava a reforma completa da Igreja cristã. Os grupos
que iriam se denominar de reformados somente iriam assumir práticas e ensinos
que a Bíblia objetivamente determinasse enquanto valor e doutrina cristãos.
João
Calvino revelou-se o líder e teólogo profundo e amplo que a nova Igreja requeria
a fim de que suas fundações teológicas propiciassem base e rumo aos novos
tempos que o horizonte de Deus governava à Igreja de Cristo na terra. A partir
de 1532 e até sua morte em 1564, o teólogo mor da Reforma Protestante escreveu
as Institutas da Fé Cristã e promoveu na cidade de Genebra uma experiência
cristã na sociedade poucas vezes experimentada. Organizou também a Universidade
de Genebra que se tornou em celeiro de líderes, a partir da formação teológica
ministrada aos cristãos do novo movimento que de toda Europa buscavam nos
pensamentos de Calvino essência e vivência à edificação da nascente Igreja
Reformada.
A
Igreja Protestante em seu movimento reformado avançou pela França e Alemanha,
leste europeu e Ilhas Britânicas. A chegada da igreja reformada ao Reino Unido
fez nascer a Igreja Presbiteriana, exatamente quando os reformados escoceses promoveram uma administração da igreja cuja liderança faz-se de representantes das congregações, os presbíteros, daí surgindo o nome igreja
presbiteriana. John Knox tornou-se o líder reformado desta presbiteriana organização
eclesial, exatamente após concluir estudos teológicos em Genebra junto a João Calvino. Igualmente na
Inglaterra, o movimento dos puritanos desenvolvia princípios reformados em meio
a situações históricas de grande tensão junto à Coroa inglesa.
A
Igreja Protestante, de pensamento reformado, com organização eclesial presbiteriana
tomará forma nos Estados Unidos da América através dos escoceses-irlandeses,
que adentrarão localidades diversas, e, no que historicamente importa à Igreja
Presbiteriana do Brasil, na cidade da Pensylvania. Isto porque dela virá, em 1859 o Reverendo Ashbel Green
Simonton, missionário fundador da Igreja Presbiteriana do Brasil, após envio ao nosso país pela Junta de Missões Estrangeiras da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos. Eis parte essencial da história da Reforma Protestante e igualmente da inserção da Igreja Presbiteriana na mesma.
Hoje, próximos de celebrar 500 anos da Reforma Protestante (ano 2017), todas as igrejas
evangélicas e especialmente a calvinista Igreja Presbiteriana do Brasil,
precisam recordar e semear o desejo e princípio inspirador das lideranças
reformadas de cinco (5) séculos atrás. Trata-se do nobre valor observado nos crentes de
Beréia, livro de Atos capítulo dezessete (17), que a cada ensino ministrado pelo Apóstolo
Paulo, examinavam “as Escrituras para ver se tudo era assim mesmo”. Valor que
às igrejas reconhecidas ao movimento da Reforma se fez lema eclesial através da
purificadora frase: “Uma igreja reformada sempre se reformando”. Ou, como dizia
João Calvino, reformar é necessário. E sempre e fundamentalmente, a partir da Palavra única de Deus, Bíblia.
Neste sentido, voltamo-nos à Bíblia e encontramos a celebrada Igreja de Colossos, a fim de assumi-la como projeto de Igreja Cristã digna de nos conduzir no lema "igreja reformada sempre se reformando". Nesta inspirada carta devemos nos examinar, como bereanos nobres que sempre nos reformando seremos, a fim de perceber a razão da gratidão de Paulo a Deus pela vivência comunitária dos colossenses. Tal análise nos dará bom padrão divino eclesial e irá nos prover virtudes e vivências coerentes à vontade de Deus Pai e ao senhorio do Jesus para a edificação da Noiva do Senhor.
No
capítulo primeiro aprende-se que os cristãos precisam crescer na Fé em Jesus e
no Amor pelos irmãos da Igreja, e isto em razão da esperança a eles reservada nos
céus. Esperança que é promessa do Evangelho, este que, muito fruto dá quando as
pessoas ouvem e compreendem a verdadeira Graça de Deus nele ministrada.
No capítulo dois (2) descobrimos que é
preciso bem conhecer o mistério de Deus, Cristo, a fim de conseguir
experimentar esta nova maneira de existir hoje que tem Jesus por modelo e padrão,
pois nele habita toda a plenitude de Deus destinada à humanidade. Ele é o Cabeça
pensante e a liderança principal da Igreja de Deus Pai.
O capítulo terceiro inicia pelo desafio aos cristãos
para que vivam em seu cotidiano pela fé. Fé que os convoca a viver não por seus
particulares padrões, mas sim, buscando o estilo de vida dos céus que vimos em Cristo, com sentimentos diversos pra vivenciarmos uns aos outros: compaixão
e bondade, humildade, mansidão e paciência; e o desejo de suportar uns aos
outros perdoando continuamente assim como nos faz Jesus.
No quarto e último capítulo, Paulo
descreve incrível experiência e especial ferramenta da fé cristã. Oração e
mais oração, diz ele. Devemos orar por oportunidades pra falar de Cristo e orar
para que os cristãos aqui e em missão distante tenham liberdade de anunciar o
Evangelho. E que sejamos, enfim e sempre, sábios em declarar uma palavra
agradável e temperada, a fim de levar o sabor do evangelho onde estivermos.
Portanto, cristãos protestantes
evangélicos, eis um programa eclesial à igreja que deve ser por padrão analítico de nossa vivência enquanto Igreja Reformada - sempre se reformando,
neste início do século 21. As experiências de Fé e Amor que são a razão de
gratidão a Deus pelo líder Saulo precisam, enquanto observação da vida congregacional dos colossenses, tornar-se igualmente o nosso fim e meio –
alvo e vivência, enquanto existência denominacional organizada como Corpo de
Cristo hoje. Não se pode desprezar o valor nobre dos cristãos de Beréia ou o
lema mor dos Protestantes de sempre, deixando assim de avaliar à luz da
Bíblia o que somos e esperamos enquanto Igreja Cristã nesta época ímpar do
Cristianismo. O resultado e risco é tanto a experiência de desaparecer como a
igreja cristã da Europa ou muito enfraquecer igualmente ao cristianismo
norte-americano atual.
Finalizando, enquanto os quinhentos
(500) anos da Reforma Protestante se avizinham, surge igualmente no horizonte a
força de valores convencionais religiosos se consolidarem como regra de fé
e prática – assim como os ensinos e práticas que desorientaram o Cristianismo europeu e
estado-unidense. Porém, a solução está próxima e perto. Os cristãos de Beréia e
também os líderes da Reforma apontam-na decisivamente: a Palavra de Deus
precisa ser o Programa e Projeto das verdadeiras Igrejas de Jesus Cristo! E
isto, de segunda-f à segunda-feira. Não há razão para reuniões e atividades, ensinos e
práticas, que não aqueles que produzam no meio do Corpo de Cristo somente as
virtudes essenciais da Igreja de Jesus. Que Igreja é esta? Quais suas atividades semanais e dominicais? Ao
tema iremos, pois. Paz de Cristo.
Fontes de pesquisa:
(site da IPB - história da Igreja
Presbiteriana, texto do historiador, Rev. Alderi Souza de Matos)
(site – berearepreciso.blogspot.com
)
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