quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Ser Cristão - A circuncisão do Espírito

    O apóstolo Paulo declara enfaticamente que "nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos pelo Espírito de Deus..." (Filipenses 3.3). Trata-se de forte afirmação, pois esta aliança escrita na alma cristã  pelo Espírito de Deus é a que renega compromissos originários de humana dedicação - mesmo a que amparada nos mais nobres valores religiosos, conforme os versos 5 e 6.

    A questão refere-se ao que garante nossa Fé em Deus. Então: de que maneira a experimentamos no dia a dia? Qual a origem e essência da força que nos faz comprometidos com o Senhor? Como, em suma, olhamos para nós mesmos e sabemos que "somos" de Deus Pai? Todo cristão reconhece que é pelos frutos que serão conhecidos os discípulos. Mas de tão simples e divino, este básico ensino parece não adentrar nossas almas, tal como as parábolas que serviam tanto para ensinar quanto iludir - revelando dificuldades e cegueiras, afinal.

    Mas o que até então era lucro ao mais eficaz e maravilhoso religioso de todos os tempos, agora tornou-se esterco - para poder ganhar Cristo. (v. 8) Declamar no livro de Deus que considera os mais santos mandamentos obedecidos em humana dedicação, "de esterco", certamente não é expressão que Paulo diria sem necessidade. Há algo em nossa honra humana, e que gera obediência a mandamentos religiosos e regras institucionais que, certamente, não cheira nada bem pra Deus - sem trocadilhos. Quase.

    O fato é que este RELACIONAMENTO com Deus - no Espírito, que vem mediante a fé em Cristo; traz, ao menos, três mandamentos de obediência: a) Conhecer a Cristo; b) O poder de sua ressurreição; c) A participação em seus sofrimentos. Eis então, argumentos mais complexos que os descomplicados frutos do Espírito, a fim de revelar a todo aquele que teme a Deus, "em que pé" afinal, anda sua fé. Pois até os judeus temiam a Deus, porém sem o entendimento de que é Cristo e não a obediência regimental o caminho e a caminhada de Deus Pai.

    Paulo finaliza sua grave explanação no humilde reconhecimento de que ainda não está aperfeiçoado nesta caminhada, conquanto na obediência legalista fosse já mestre e senhor. Motiva, agora, seus filhos espirituais para que hoje, e sempre, permaneçam prosseguindo para a Pessoa de Cristo, vivendo - ao menos,  o que já sabem de Jesus até o momento. Obviamente, o que já sabem de Jesus ao pensar e sentir como Ele; ao ver e ouvir como Ele; ao falar e agir como Ele - pois a única forma de algo dEle saber. É este o item dois dos mandamentos do Espírito: o poder da Ressurreição. A capacidade de viver com(o) Filho de Deus.

   E a participação em seus Sofrimentos? Vamos neste orar e meditar pouco mais, mesmo já o conhecendo, ainda que pouco, posto que desta experiencia muitas vezes nos afastamos, nela apenas sobrevivendo, rápida e superficialmente. Fato que atrapalha a vivência do item primeiro: conhecer a Cristo. Por ora, assuma estes novos mandamentos como padrão de aferição de sua vida cristã. Tome sobre si o jugo suave e o fardo leve da vivência da fé na Pessoa de Jesus. Desenvolva a circuncisão da Espírito. É melhor iniciar hoje na fé em Cristo e no viver o Espírito - junto a Deus Pai; do que permanecer em anos e décadas de obediência amparados em simplório temor religioso - não cristão. Afinal, o próprio Paulo considerou décadas de temor religioso como esterco. Por que não nós?

 

 

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